Desabafo matinal.

São 7h da manhã e eu estou acordada à duas horas. Foi estranho porque foi o teu melhor amigo que me acordou com uma chamada e quase exigiu saber o que tinha acontecido e não queria me deixar ali sozinha e triste. Falamos durante algum tempo até ele adormecer e eu consegui sentir-me menos só durante esse tempo, até que voltei a estar sozinha naquela maldita sala, no escuro, com o telemóvel na mão e a caixa de entrada aberta, lendo e relendo as tuas últimas mensagens.
"Amor...", comecei. "Não sei o que te dizer, mas sinto o meu coração muito apertado e queria partilhar isto contigo". Olhei para o que escrevi e metade de mim queria já carregar no "enviar", enquanto a outra metade lutava arduamente para eu não fazê-lo. Não o fiz.
Bebi mais dois golos do Cappuccino que me fazia companhia naquele momento e aquele calor a descer pela minha garganta fazia-me bem. Cruzei as pernas, puxei a manta para tapar os meus ombros e suspirei bem alto. Comecei a chorar novamente e odiei-me um milhão de vezes por isso. Tudo parecia ter sido em vão, tudo parecia não fazer sentido e apenas estas palavras caíam acompanhando as minhas lágrimas e elas não reclamavam nem me julgavam. Falavam por si só e reflectiam de uma forma inexplicavelmente acertada tudo aquilo que eu queria dizer e não tinha coragem.
Eu só queria fazer a diferença na tua vida. Fazer aquilo que as outras não fizeram. Não te ia desiludir nem magoar, ia apenas estar lá para ti quando precisasses, dar-te todo o amor que precisasses e ser o teu pilar em todas as ocasiões. Queria deixar uma marca e fazer com que te lembrasses de mim sempre com aquele sorriso lindo que tens, mas toda a minha paixão resumiu-se a cinzas quando quebraste a promessa de não desistir e a minha alma devorou tudo o que havia dentro de mim. Todos os meus sonhos ficaram só aqui, em linhas sem fim.
Lembra-te só: nem todas as histórias precisam de ser longas para se tornarem bonitas. A nossa pode ter sido curta, rápida e com dias contados, mas não deixou de ser a nossa história (saliento: nossa história!) e iremos recordá-la, seja como for.


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