Um leve devaneio meu.

Naqueles olhos estava escrito tudo o que o meu coração precisava de saber. Naquelas palavras encaixavam-se perfeitamente todos os meus pensamentos. Naquelas brincadeiras estava a razão pela qual me apaixonei desta forma por ele. Foi tão delirante quanto eu imaginava. O seu gosto, o geito de chegar e ir embora, a forma de me tocar. Se ele soubesse o delírio que me causava, os suspiros que me tirava e quanto o meu coração batia mais rápido a cada vez que os nossos olharem encontravam-se e fixavam-se um no outro.
Ele: o rapaz que me dava o melhor abraço do planeta, que falava de um geito tão seu, que me fazia sentir raiva de propositadamente e que me trazia a paz que eu preciso e, o mais engraçado de tudo, o rapaz que olhava para mim e que apenas eu percebia o que ele queria transmitir.
É certo que todos temos um amor que não vivemos por medo ou por insegurança e o nosso é exemplo disso. Podíamos ter vivido um amor infinito, mas agora tudo isto apenas escorre pelas ruas da nossa cidade, lavado pelas chuvas e um pouco atrapalhado pelas buzinas do anoitecer a dentro.
Não estou a sofrer por ti. Não sinto vazio algum. Sinto apenas um leve devaneio por um passado que se perdeu, por um passado que nós não soubemos viver. O melhor lugar do mundo era lado a lado um do outro, pena que nenhum de nós deu conta.


1 comentário:

  1. Texto profundo e um pouco triste... relacionamentos são muito difíceis mesmo, uma pena quando terminam.

    http://gotinhasesperanca.blogspot.com.br

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