O avesso daquilo que tu vês.

Parece que hoje tudo está diferente. Até o gosto do meu café está mais amargo e eu deitei tanto açúcar como nas outras vezes. Quando bebi-o, senti-o descer suave e quente pela minha garganta. Consegui sentir um pouco de prazer, mas no instante seguinte a cafeína começou a atuar e a despertar todos os meus sentidos, coisa que eu menos queria! Despertou a saudade, a dor, a mágoa, a tristeza. Despertou também um pequeno sorriso, mas esse parecia-me totalmente insignificante.
Muita pouca gente sabe, mas mesmo com o meu ar de menina confiante eu sou muito insegura. Eu acho sempre que não sou boa o suficiente para ele. Sou insegura ao ponto de me comparar com outras raparigas e pensar para mim que eu nunca serei como elas e tu irás acabar por olhar para elas e provavelmente interessares-te. Eu sou estragada. Estrago as pessoas. Estrago os relacionamentos. Eu simplesmente deparei-me com tantas pessoas erradas que quando tu, a certa, vieste, a pessoa errada já era eu.
Não correr atrás não significa que não sinta nada nem que quero realmente desistir. Eu só acho que tu mereces de facto alguém melhor e que com certeza consegues arranjar outra mais bonita, mais simpática, mais divertida, mais... menos eu.
Maldito café que parece atuar cada vez mais forte no meu organismo! Fez-me sentir com toda a intensidade a dor de perder alguém por minha própria culpa. Perder alguém por culpa das minhas próprias palavras mal ditas, mal escritas e mal intencionadas. Culpa minha!
Acabei por beber mais um golo de café para ver se adormecia, fugindo da realidade, mas depois lembrei-me que a cafeína desperta. Já despertou.


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