Aquele sms difícil de mandar ...

"Olá, meu menino."
Escrevi a mensagem e fitei-a com um ar desconfiado. Não fazia sentido nenhum. Já não és menino, muito menos és meu (ah, como eu queria que fosses!).
Bebi um golo de café e continuei a olhar para o telemóvel, tentando emendar o "meu menino" para uma outra expressão, dado que esta eu não podia de forma nenhuma usar, mesmo querendo tanto, quase tanto como que este café estivesse mais açucarado, mas isso era tão insignificante naquela altura.
"Olá."
Acabou por ficar assim a mensagem. Não pude acrescentar nada mais. Não porque não queria, mas sim porque sabia que estaria a pressionar-te e tinha de preservar a distância que prometi manter. Maldita hora que decidiste avançar e passar de amigo e algo mais que nem sei que nome esquisito é que irei dar, tendo eu agora que viver nesta confusão e ver o tempo passar, tornar-se escasso e fugir-me entre as mãos como pássaros que voam ansiando chegar a outro lado do mundo.
Hoje sinto-me fraca. Mais do que o normal. Sinto-me pequena, inútil, fracassada e a mais. Sinto-me gozada. Só te peço que não te esqueças que eu vou precisar, acima de tudo e mais do que nunca, da nossa amizade. Só te peço que não te esqueças que irei precisar sempre da tua força, da tua presença, do teu abraço de "estou a proteger-te" e dos momentos bons que já passamos e ambos sabemos que foram infinitos, mesmo sabendo que o tempo está a gozar connosco e a mostrar-nos como ele corre rápido pelas memórias, quase gritando pelo passado que já não irá voltar.

Vou manter-me aqui firme (chorando e gritando por dentro com saudades daquilo que sei que nunca tive nem terei).


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