É como renovar o guarda-roupa.

Nós fingimos que arrumamos o guarda-roupa, o quarto, toda a desarrumação. Fingimos que nos livramos daquele monte de coisas que já não nos servem, porque ocupar espaço com coisas velhas é um desperdício; mas a verdade é que nunca nos livramos de tudo. Escondemos sempre alguma coisa, guardamos outra, fingimos que precisamos dessas coisas. Já está pequeno, curto, apertado… Mas insistimos que é prestável ainda.
Arrumar as desarrumações é como querer mudar a vida, dar-lhe um novo rumo, uma renovação. Sabemos que precisamos de livrar-nos de algumas pessoas para que as coisas comecem a dar certo, mas ficamos sempre com medo, com receio. Fingimos que elas não nos magoam e fazem toda a falta e continuamos a incluí-las na nossa vida. Nem damos conta que tudo continua igual, que tudo continua a correr da mesma maneira. Ou talvez damos conta e fingimos que ela está diferente. Insistimos em pensar que houve mudança e que tudo melhorou. Idiota ilusão!
Nós precisamos de deixar essas pessoas irem embora. Livrarmos-nos delas. Deixá-las para trás. Continuar com elas no coração e ignorar outras que merecem lá estar é como deixar roupa nova jogada em cima da cama porque as gavetas estão cheias de roupas velhas e desnecessárias.
Existe muita gente por aí que merece uma oportunidade nossa e nós insistimos em guardar todas as oportunidades para aquelas pessoas que nem as merecem. Já chega! Isso está manchado, retalhado, apertado, cortado…. Está de tudo menos em condições de usar. Vamos comprar roupa nova. Vamos deixar entrar pessoas na nossa vida, no nosso coração, na nossa cabeça. Vamos renovar e para de fingir e insistir. É tão bom caminhar com os pés assentes no chão.


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