Ate no desconhecimento

Eu olho para tras e num minuto recordo momentos que levei anos a esquecer , recordo-me das vezes que no escuro da noite caminhava lado a lado contigo pelas ruas vazias da nossa cidade. Recordo-me das vazes em que me abraçavas e bem baixinho dizias-me que sou tua. Ainda nao me esqueci das vezes em que ponhas as maos na minha cintura, olhavas-me nos olhos e eu lia nos teus labios 'Amo-te'. Eu ja nao choro na tua ausencia, ja aprendi a sorrir novamente. Eu ja desisti de tudo o que formava o 'nós' , e nao , eu nao desisti por ser fraca, eu desisti porque estava cansada de lutar sozinha. So queria que me desses a mao , que caminhasses comigo pelo caminho da vida, que me ajudasses tal como sempre te ajudei. Desde que partiste, vezes sem conta que me sento naquele canto do jardim onde antes sentava-me no teu colo, e sozinha penso e repenso onde falhei. Chego a conclusao de que fiz tudo certo, e que tu partiste talvez porque nunca sentiste amor, talvez porque nunca me amaste assim como eu te amei e continuo a amar. Eu nao sei se era medo da solidao , do escuro ou talvez medo de te perder. Tambem nao percebo, mas talvez fossem saudades, nao de ti, mas sim de nos e daquilo que em conjunto passamos, que nos meus olhos era perfeito, e continuou a se-lo mesmo quando foste embora e tudo caiu sobre mim. Fiquei sobrecarregada com esta saudade , e o sofrimento de saber que agora estas feliz e eu continuo a caminhar pelos restos da nossa relação acabada, destroi-me por completo, devora tudo o que ha de melhor me mim, e deixa-me a sufocar de dor. Nunca iras saber como estou, e eu continuarei a sofrer sozinha, baixinho, naquele canto do jardim, por um periodo de tempo indeterminado, mas continuarei a amar-te , ate no desconhecimento ! *

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