Sometimes you can't fix a heart.

Ela levou imensos dias para escrever uma coisa tão simples. É difícil de explicar e ela simplesmente acrescentava um pouco mais a cada dia que passava, tentando traduzir para palavras too o turbilhão de sentimentos que invadiam o seu corpo e a sua mente, na totalidade.
Era difícil porque aparentemente era uma vida normal, um melhor amigo, uma mãe presente com quem falava sobre tudo, tinha amigas. Tinha tudo e, estranhamente, não tinha mais nada. Ela sentia-se vazia, como se nada dentro dela existisse. Rotina aborrecia e indesejada. Tão complicado. Tudo tão confuso e vazio. Tantos medos. Inseguranças infinitas. Porcarias na cabeça e imagens aterrorizadoras. Pouca vontade de viver. Sempre o mesmo desejo de adormecer e não voltar a acordar. Ela queria ser mais ela, mas ninguém o permitia.
Tudo baralhado no interior e tudo o que parecia estável, feliz e leal, agora tornou-se um pesadelo constante que a deixa com medo dela própria. É como se ela não fosse capaz de sentir mais nada e, para piorar, todos à sua volta não sentiam mais nada por ela também.

Ela só quer que o destino lhe traga mais uma oportunidade de ser alguém normal. Talvez amanhã, talvez nunca. Hoje não será. Hoje ela nem sabe o que está aqui a escrever, quanto mais o que está a sentir.



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