Trinta e Um Pedaços do Passado.

Eu sei que dezenas de anos não irão apagá-la da minha memória. Dezenas de novas aventuras e novas amizades não irão mudar o que sinto por ela. Nenhuma outra pessoa terá uns caracóis tão bem feitos e cheirosos, uns olhos tão grandes e tão cativantes, um geito de rir tão amável. Ninguém irá ter a altura dela, porque só a dela era perfeita para abraçá-la e beijá-la na testa. Não há ninguém que irá sentar-se e ajeitar os pés como ela fazia ou saber usar aquela expressão facial séria. Tal como ninguém irá perdoar-me como ela me perdoou e aceitou sempre. É um amor que não se explica e pouca gente sente. Um amor que não se compara, não se discute, não se despreza e nem se entende. Também não se pode esquecer, de forma nenhuma.
Eu acalmo o meu coração vendo as nossas fotos, pois lá no papel nós permanecemos juntas e felizes. Lá naquele papel o momento ficou eternamente marcado e eu fiquei eternamente com ela, a sorrir, a nutrir sentimentos mútuos; mas foi só lá no papel, para minha infelicidade. Ela faz-me falta e é difícil admitir isto. Ela é deliciosamente complicada e eu tenho saudades das complicações dela.

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