Não querendo, eu quis!

Eu sei que essa coisa de escrever sobre alguém que nos faz falta é um pouco mimimi, mas faz parte de mim ser assim e dadas as circunstâncias, não há mesmo forma de negar.
Cada poro do meu corpo transpira saudade de ti. Transpira a falta de momentos a teu lado e o desejo de querer voltar atrás. Continuo a ver as nossas fotos e a relembrar como era a nossa amizade e que, basta tu quereres, pode voltar. A questão não é eu não querer aceitar o facto de as coisas terem mudado, mas sim que elas mudaram por tua livre vontade.


É incrível só agora eu perceber que contento-me com pouco. É absolutamente ridícula esta minha mania de aceitar uma migalha de pão quando pode ter o pão todo. Apeguei-me a ti assim que surgiu aquela primeira faísca de sentimento e nem quis esperar que o fogo consumisse toda a madeira.
Da última vez que a chuva caía, nós estávamos nos braços um do outro a deliciar-nos com carícias mútuas e tudo parecia perfeito, mas agora olho pela janela e por mais que chova tu não estás aqui. Não abandonas o meu pensamento. Nunca foste só alguém que eu conheci, foste sempre a pessoa que eu conheci e temia perder. Apaixonei-me por alguém que sempre esteve presente, independentemente das circunstâncias ou dos obstáculos. Sinto a tua falta como de alguém que conheci, que foi e não voltou. Assim como a Lua sente a falta do Sol durante a noite e o Sol da Lua durante o dia.
Encontro-me mergulhada numa nostalgia imensa, numa sensação de saudade de um tempo há tão pouco vivido, ridiculamente idealizado por mim e banalizado por ti. Sinto-me presa a algo que já não tenho. Sinto-me dona daquilo que não é meu. Sinto-me a arder nesta melancolia do que veiu e foi, do que prometeu e não cumpriu, do que era e já não é, do que eu quero que volte e permaneça.
A verdade é que ambos queremos o mesmo. Vamos esquecer qualquer sentimento e mergulhar só na loucura. Não vamos dar definição. Vamos só envolver-nos. Eu quero. Tu queres. Nenhum de nós nega. Vamos envolver-nos antes que eu me engasgue com esta saudade e drama, drama e saudade. Tudo o que me ofereces neste momento. Ou aquilo que um dia ofereceste.
Deixa-me estar aqui com esta saudade, com estes ciúmes e com todos este amor. Deixa-me guardar todas as minhas poesias no peito para não esquecer. Deixa-me enlouquecer sozinha pois já nada em mim faz sentido e até as palavras tornam-se contraditórias e confusas. Deixa escrever mesmo que tu não leias, mesmo que tenhas olhos cegos e ouvidos surdos. Deixa escrever porque é a única forma de aliviar o meu peito.
Não esperes que eu admite. Não esperes que eu lute. Não esperes que vá confessar-te tudo. Deixa-me só embalar-me nesta história tão errada.

4 comentários:

  1. Tão lindo!!Adorei,tens uma maneira tão única e linda de escrever.Continua assim,beijinhos :)

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  2. porque o texto está deveras maravilhoso, e trás-me tanto a sensação de nostalgia... saudades de quem já não volta /:

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  3. de nada querida *
    mas não há mesmo volta a dar na vossa situação? :/

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