Algures no mundo

Hoje, quando me deito na minha cama, ainda sinto o cheiro intenso do teu irresistivel perfume, que deixavas na minha cama, por entre os lençois azul-clarinhos, quando dormias comigo. Esse cheiro ainda permanece em mim, em cada fio do meu cabelo, em cada partícula do meu cobertor e do meu pijama. Ainda me lembro daquelas manhas frias em que me trazias o café à cama e me sussurravas tao docemente ao ouvido para acordar, que aparentemente, me parecia perfeito. Recordo-me bem do dia em que tudo isso se deu como uma história do passado. O dia em que chorei e mandei-te embora, na esperança que não me ouvisses e que negasses aquela ordem ficando comigo, mas tu viraste as costas e partiste. Atravessaste aquele comprido corredor, monstruoso. Foste embora e eu vi-te, dolorosamente, a dar os últimos passos que no fundo eram contra a tua vontade. Deixaste que o orgulho te dominasse dos pés à cabeça. Abriste a porta e, de repente, paraste. Olhaste para trás e ficaste a olhar para mim, fazendo com que esse olhar atravessasse aquele tamanho corredor e chegasse a mim, arrancando do meu coração mais uma lágrima, a ultima que tu viste. Nos teus lábios decifrei um "amo-te" , que ainda no dia anterior me dizias com tanta convicção. Recordo-me bem ! Eu sei que, algures pelo mundo, ainda vagueias comigo no pensamento, pois o nosso amor era invencivel e eterno, e sempre o será, mas tudo se deu acabado ainda no instante em que fechaste a porta não olhando mais para trás. Foi o fim.

Vá, meu amor. Fica bem.

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