O vazio não tem título.

Ultimamente sinto-me assim. Sinto-me mais sozinha, mais vazia, mais triste, mais magoada. A questão é que eu nem estou sozinha. Tu estás comigo, lado a lado… fisicamente.

Se eu pudesse eu gritaria, mas só consigo chorar. É o que faço quando falta-me a voz. Derramo muitas lágrimas silenciosas e ácidas de madrugada, procurando secá-las até ao amanhecer. E no fim acabo vomitando todas estas palavras aqui, na esperança que a dor amenize.

Esta melancolia não acaba. Não é que ela aumente, mas ela não acaba e sinto que me está a apertar demais. É pena, pois eu sei que no fundo não faço a mesma falta que tu fazes a mim. O meu orgulho também não me permite melhorar. Não te ligo à espera que sejas tu a fazê-lo e tu não me ligas porque eu não o faço primeiro. Isto não está correto! O pior de tudo é que tu tentas convencer-me de que está tudo bem e é exatamente isso que está a afastar-nos um do outro… e infelizmente nós estamos a deixar.

Que bonita história para um dia contarmos, olha só. O bem e o mal. O preto e o branco. Aberto e depois fechado. Frio e do nada aquece. Eu e tu. Tu e eu. Juntos e tão separados. Separados e tão unidos. Abraços e insultos. Beijos, diálogos e amor. Sofrimento no fim. Acabou e voltou. Não começou e já está a acabar.

Só tenho a dizer que sinto a tua falta. Tu estás aqui mesmo e tão ausente, tão distante, tão longe. E não é da distância que estás distante. Antes fosse!